A verdade sobre os alimentos geneticamente modificados



Seria um eufemismo dizer que Jeffrey Smith está em uma missão de livrar o mundo de alimentos que contêm organismos geneticamente modificados (sigla em inglês GMOs). Candace Pert, um ex-cientista do National Institute of Health dos Estados Unidos, afirma o Sr. Smith é "o especialista líder mundial no entendimento e comunicação das questões de saúde relacionada aos alimentos geneticamente modificados." Ninguém além dele tem similar entendimento a respeito do assunto.

O Sr. Smith chamou a atenção de líders de influência ao redor do mundo, visitando 30 países com o objetivo de alertar a população sobre os novos alimentos. Ele escreveu dois livros sobre o assunto, chamados Seeds of Deception e Genetic Roulette. Além disso, entrevistas com o Sr. Smith têm aparecido no New York Times, Washington Post, BBC World Service, Time, LA Times e centenas de outros meios de comunicação.

A primeira vez que eu ouvi o Sr. Smith foi em 2008, na BoulderFest, uma série de seminários sobre nutrição, que foram iniciados pelo nutricionista Robert Crayhon. O Sr. Smith é um palestrante dinâmico com uma mensagem que nós precisamos ouvir: “Alimentação saudável começa sem alimentos GMOs.” Ok, então o que são organismos geneticamente modificados e como nós sabemos que estamos comendo os mesmos?

Vamos responder a segunda parte da questão primeiro, o que significa que “se você estiver morando nos Estados Unidos, você não sabe que está comendo tais alimentos.” A lei sobre rótulos de alimentos nos Estados Unidos provisiona que não é necessário informar os consumidores se os alimentos contêm ingredientes geneticamente modificados. Caso você não ache que isso é um grande problema, considere que um número estimado de 70% dos alimentos nas prateleiras dos supermercados contêm GMOs. Os produtos mais comuns são soja, milho, óleo de canola e algodão, açúcar de beterraba, mamão, abobrinha e abóbora cabaça. Muitas outras frutas, legumes, cereais e feijões são considerados candidatos à GMOs.

Para encontrar os alimentos que são geneticamente modificados, você pode efetuar o download de um guia gratuito encontrato no site www.ResponsibleTechnology.org. Entretanto, existem alguns truques que você pode usar para contornar o problema dos GMOs ocultos, como por exemplo, comprando alimentos orgânicos, procurando por produtos que especificam não serem GMOs, consultando um guia de compras de produtos não GMO e evitando alimentos que tem maior probabilidade de conter os mesmos. Referente a esta última sugestão, esteja ciente de que nos Estados Unidos 91% dos produtos feitos de soja e 85% dos produtos feitos de milho contêm GMOs.

Agora vamos responder a primeira parte da questão: “O que são alimentos geneticamente modificados?” Isto talvez pareça um pouco com Star Trek ou talvez mais apropriadamente com a linha principal do personagem Frank Black “Soylent Green is people! Soylent Green is people!” do filme Soylent Green, um conto futurista em que pessoas são utilizadas como fonte de alimento. Porém, a verdade é que os GMOs são feitos tirando genes de uma espécie e forçando-os no DNA de um alimento ou animal para introduzir uma nova característica. Por que isso?
Uma razão é o aumento na produtividade das lavouras, já que estes alimentos possuem mais capacidade para tolerar herbicidas tóxicos, são menos vulneráveis a E. Coli e salmonella e são resistentes as ameaças de pragas. Segue um exemplo do último ponto: Ingerindo Bacillus thuringiensis, uma bactéria do solo, em certas culturas, faz que os insetos morram quando tentarem comer estas plantas. O resultado é que mais alimentos podem ser produzidos e o custo é menor. Com certeza os objetivos são nobres, mas os alimentos geneticamente modificados vêm com riscos que simplesmente podem não serem vantajosos quando comparados aos benefícios que promovem. Todavia, vamos ouvir primeiramente o que o FDA (Food and Drug Administration) tem à dizer sobre esta biotecnologia.

Em uma "Declaração de Políticas", apresentada em 29 de maio de 1992, o FDA disse o seguinte: "A agência não tem conhecimento de quaisquer informações que demonstrem que os alimentos produzidos por esses novos métodos diferem de outros alimentos de forma significativa ou uniforme". O Sr. Smith alega que essa política foi influenciada por politicagem e que os cientistas do FDA haviam expressado preocupações sobre a segurança dos GMOs, mas que estas preocupações foram ignoradas. Smith diz que a pessoa encarregada pela política do FDA já havia trabalhado (primeiro como advogado e depois como vice-presidente) em uma empresa que produz GMOs.

Eu não acredito que eu devo sair fora do tópico dizendo que o FDA  estava errado. Vamos falar sobre pesquisas.

Of Mice and Men (Ratos e Homens)

O primeiro capítulo do livro Seeds of Deception é dedicado ao Dr. Arpad  Pusztai, o qual publicou mais de 300 artigos, uma dúzia de livros e nos anos 90, juntamente com sua equipe de pesquisa, recebeu uma doação de $3 milhões  do Reino Unido para a realização de testes de segurança com GMOs.

A pesquisa de Pusztai mostrou que quando batatas geneticamente modificadas foram usadas como alimentos para ratos, estes desenvolveram problemas de fígado, cérebro, testículos, sistema imunológico e também mostraram crescimento de células pré-cancerosas. Quando o Dr. Pusztai compartilhou sua pesquisa inédita em um programa de televisão, ele foi demitido de seu emprego de 35 anos, uma consequência que cheira política suja. Eventualmente, no entanto, sua pesquisa foi publicada no respeitado periódico Lancet. Contudo, Pusztai não foi o único cientista interessado nos possíveis efeitos dos GMOs para a saúde.

Um estudo sobre GMOs utilizados na alimentação de ratos foi publicado no International Journal of Biological Sciences, onde os pesquisadores descobriram que o grupo de ratos alimentados com milho geneticamente modificado tiveram distúrbios no fígado, rins, coração, glândulas adrenais e no baço. Da mesma forma, em um estudo russo realizado em ratos fêmeas, que foram alimentadas com farinha de soja geneticamente modificadas, antes, durante e após a gestação de seus filhotes, 9% dos ratos que foram alimentados com farinha de soja não-geneticamente modificada morreram, número inferior quando comparado com 55.6% dos ratos que morreram depois de comer a soja transgênica. Destaca-se, que dos ratos que sobreviveram, 36% estavam abaixo do peso, contra 6.7% dos ratos que estavam abaixo do peso no grupo de controle.

Eu gostaria também de mencionar mais um estudo que foi realizado em ratos alimentados com soja e milho geneticamente modificado. Seus testículos mudaram de rosa para azul escuro. Adicionalmente, os ratos do sexo masculino apresentaram danos em seus espermas e os ratos que receberam milho geneticamente modificado tiveram menos filhotes e os filhotes estavam abaixo do peso. Quanto aos animais de maior porte, há muita evidência empírica disponível. Por exemplo, em 2008, uma fazenda permitiu que 13 búfalos pastassem em plantações de algodão geneticamente modificadas – todos os 13 morreram em três dias. Além disso, o Sr. Smith observa que os animais, quando dada uma escolha, preferem alimentos não-transgênicos do que alimentos transgênicos. "Nosso trabalho", diz Smith, "é fazer com que os seres humanos atinjam o nível dos animais."

Além disso, existe a questão das alergias. Em 1996, iniciou-se o uso generalizado de cultivos geneticamente modificados. De 1997 a 2002, os atendimentos de emergência por alergias duplicou. Talvez, esta foi uma completa coincidência ou pode ter sido devido à influência de toxinas ambientais, mas existem muitas razões para suspeitar-se de que os GMOs são responsáveis, devido as suas proteínas modificadas possuirem propriedades alérgicas conhecidas. Além do mais, as culturas geneticamente modificadas têm resíduos de herbicidas tóxicos que podem causar reações alérgicas. Também, existe constatação de que os produtos de soja geneticamente modificada podem diminuir a quantidade de enzimas digestivas no corpo. Estas enzimas afetam a habilidade do corpo para quebrar proteínas e isso pode aumentar nossas reações alérgicas à alimentos. Ah, e devo mencionar aqui que os alimentos que são geneticamente modificados não possuem a mesma qualidade nutricional do que os alimentos não-transgênicos.

Existem muitos outros problemas de saúde associados com os GMOs, mas este é um dos mais preocupantes: Smith afirma que os genes colocados em culturas podem ser transferidos para os seres humanos por meio do DNA das bactérias "amigáveis" e como tal vai continuar a funcionar depois que o alimento é ingerido. Smith diz que isso se transforma no intestino humano "em uma fábrica de pesticidas", que essencialmente produz toxinas que atacam o corpo. Assustado ainda? Você deveria estar.

Jeffrey Smith tem como compromisso educar o mundo sobre os perigos dos alimentos geneticamente modificados. Se você concorda que é fundamental saber mais sobre esse problema de saúde grave, pegue um exemplar de cada um dos seus livros sobre GMOs. A sua saúde depende disso.

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